Errar duas vezes é burrice?

Na busca por substitutos para o meu HP Pavilion ze4610us para não pagar os absurdos 3222 reais ou 462 dólares pelo conserto do Teobaldo, achei várias ofertas de laptops, de várias marcas e vários preços.

Primeira conclusão: A maioria dos laptops aqui no Brasil são muito caros. Os que não são caros são importados, dos Estados Unidos ou do Paraguai, às vezes legalmente e às vezes não e aí o suporte pra eles não é tão bom como seria se comprássemos direitinho lá nos EUA.

Eu adoro procurar laptops no Shopping.com. Já foi lá que eu procurei meu laptop da outra vez e hoje eu andei procurando lá novamente. Existem várias boas ofertas e lojas que entregam aqui pro Brasil. Nunca vi outro lugar que tenha laptops tão bons por preços tão baixos.

O problema é que os preços baixos são da HP, aqueles laptops refurbished como o Teobaldo. Encontrei lá um laptop razoável por US$575.00, que com o frete sai US$ 680.00 e com o dólar a R$ 2,15 custa R$ 1462,00. Turion 2ghz, 512mb RAM (eu tenho 512mb do Teobaldo que eu junto pra fazer 1gb), 14 polegadas (eu, como o César, gosto de laptops pequenos), 60gb de HD (é pouco, mas é mais que o Teobaldo)… Não sei se é compatível com Linux, parece ser um modelo novo porque não tem muitas informações sobre ele na internet.

Minha segunda opção de lá seria esse aqui. Pentium 1.7ghz, 1gb RAM, 100gb de HD, 14 polegadas. Esse funciona com Linux e, aliás, parece que é o laptop do Augusto, do BR-Linux. Estou mais inclinado a esse, por causa do tamanho do HD e por saber que ele é compatível com meu sistema operacional. Também é refurbished e sai 130 dólares (280 reais) mais caro. Mesmo assim, é mais barato que o Teobaldo e muito mais barato que o conserto dele. Por 40gb de HD, 512mb RAM e compatibilidade com Linux, acho que vale a pena.

Até o laptop dar problema, com dois anos e meio, ele funcionou muito bem; eu estava gostando bastante da HP! Agora não sei o que eu faço…

Será que comprar um laptop HP refurbished é um erro? É algo que eu já deveria ter aprendido que não dá certo? Será que com esse novo seria diferente ou ele também duraria pouco? Vale a pena tentar? Ninguém aqui nunca comprou um HP refurbished além de mim? E como foi a sua experiência com ele? Eu estaria errando novamente se comprasse um HP refurbished? Existe algum laptop bom por um preço tão amigável assim?

As sugestões do post anterior foram um pouco caras pro meu bolso… Existe outra alternativa tão barata quanto os da HP, mas de outra marca? Eu tô querendo um laptop como esse último: hd grande, memória RAM razoável, 14 polegadas, compatível com Linux, barato. E o mais rápido possível… :-)

Linux NÃO é Windows

Linux não está interessado em market share. Linux não tem clientes. Linux não tem acionistas, ou uma responsabilidade no rodapé. Linux não foi criado para fazer dinheiro. Linux não tem a meta de ser o sistema operacional mais popular e espalhado do planeta.

O que toda a comunidade do Linux quer é criar um sistema operacional realmente bom, cheio de recursos e livre. Se isso resultar em Linux ser um sistema bem popular, então isso é ótimo. Se isso resultar em Linux ter a interface mais intuitiva e amigável já criada, então isso é ótimo. Se isso resultar em Linux se tornar a base de uma indústria multi-bilionária, então isso é ótimo.

Isso é ótimo, mas não é o ponto. O ponto é fazer do Linux o melhor sistema operacional que a comunidade é capaz de fazer. Não para outra pessoa: para si mesmo. As tão comuns ameaças de “Linux nunca vai dominar os desktops a não ser que seja de tal maneira” são simplesmente irrelevantes: a comunidade do Linux não está tentando dominar o desktop. Eles realmente não se importam se ele ficar bom o suficiente para rodar em cima do seu desktop, desde que ele continue bom o suficiente para estar nos deles. Os gritões que odeiam a Microsoft, invejosos fanáticos pró-Linux, e fornecedores de software livre que fazem isso pra ganhar dinheiro podem falar alto, mas eles ainda são minoria.

Isso é o que a comunidade do Linux quer: um sistema operacional que pode ser instalado por qualquer pessoa que realmente o queira. Então, se você está considerando migrar pro Linux, primeiro pergunte a si mesmo se é isso mesmo que você quer.

Se você quer um sistema operacional que não seja seu motorista, mas que lhe dê as chaves, coloque você no banco de motorista, e espera que você saiba o que fazer: use Linux. Você vai ter que dedicar algum tempo para aprender como usá-lo, mas depois que você tiver aprendido, você terá um sistema operacional que você pode fazer sentar e dançar.

Se você realmente só quer Windows sem malware e problemas de segurança: leia sobre boas práticas de segurança; instale um bom firewall, detector de malware e anti-vírus; troque o Internet Explorer por um navegador mais seguro; e mantenha-se atualizado com atualizações de segurança. Há pessoas por aí (eu, inclusive) que têm usado Windows desde os tempos de 3.1 até o XP sem nunca terem sido infectados com um vírus ou malware: você pode fazer isso também. Não use Linux: ele vai falhar miseravelmente em ser o que você quer que ele seja.

Se você quer a segurança e a performance de um sistema operacional baseado em Unix, mas com uma atitude focada no cliente e uma interface famosa no mundo inteiro: compre um Mac. OS X é ótimo. Mas não use Linux: ele não vai fazer o que você quer que ele faça.

Não se trata apenas de “Por que eu deveria querer Linux?”. Se trata também de “Por que Linux deveria me querer?”

Tradução livre feita por mim da conclusão do Linux is NOT Windows, que é licenciada e pertence a Dominic Humphries.

Muito interessante o artigo do cara. Pensei em traduzir tudo, mas não tenho tempo pra isso nesse momento. Se vocês gostarem, quem sabe em janeiro eu traduza um item de cada vez e escreva vários artigos sobre isso…

Lembram que eu perguntei por que você usa o seu sistema operacional? Não foi uma pergunta pra mandar você usar algum sistema operacional específico, porque você é livre, mas para que você use o que você achar melhor sabendo fazer essa escolha.

Eu não quero usar um sistema operacional igual o Windows XP, com aqueles recursos chatos como fazer uma ação sempre que eu pluggo qualquer coisa no computador (meu pai, que usa Windows 98, sempre reclama: esse Windows XP fica abrindo um monte de coisa sem eu pedir nada!) e onde eu não controle. Eu não quero um motorista; Eu quero dirigir! E eu uso Linux porque ele me permite muitas coisas que o Windows não permite.

Quero aproveitar o artigo para citar o excelente Falcon Dark:

Nos últimos tempos os desenvolvedores dos vários sabores de GNU/Linux decidiram que era hora de desbancar o Microsoft Windows onde ele era forte: desktops domésticos e aplicações e desktops de pequenas e médias empresas. E o desenvolvimento do GNU/Linux e seus correlatos (como interfaces gráficas, programas, drivers, aplicações) passou então a seguir os passos do próprio Windows.

Gnome e KDE apresentam interfaces com funcionamento e look & feel semelhantes ao Windows. Os programas como navegadores de web (Firefox), office (OpenOffice) desenvolvimento (Eclipse, etc.) ainda que apresentem funcionalidades que seus competidores não possuam inspiram-se nas interfaces concorrentes para tratar o usuário. Tenho a impressão que isso dê-se pela idéia de que se o Firefox parecer bastante com o Internet Explorer o usuário migrará com mais facilidade, idem para o OpenOffice que em sua versão 2 abandonou sua identidade visual anterior para buscar uma identificação maior com o Microsoft Office.

Mesmo que isso proporcione uma maior facilidade de migração, traz consigo um problema. Ao seguir os passos de alguém, você está sempre atrás. Enquanto a Apple é conhecida por inovar nas interfaces de seus produtos e usa isso como seu grande diferencial as interfaces de GNU/Linux parecem sempre ser uma adaptação do desenho da última interface adotada no Windows. Fica a impressão que junto com os acertos repetiremos também todos os erros dos outros sistemas. Ser uma alternativa ao que já está implementado significa antes de tudo ser diferente do que já está implementado. As pessoas tendem a não enxergar diferenças entre coisas que são muito similares. E acabam por concluir que é igual.

E assim vai ser com tudo que os desenvolvedores Linux esperarem sair em outro sistema antes para ter certeza que dará certo. Seja com EFI, seja com novos sistemas de arquivos, com uma nova abordagem para a organização e uso do desktop, seja com um novo método de instalar programas. Se você quiser ser reconhecido por algo diferente e inovador, você deve fazer algo diferente e inovador.

O maior ponto fraco do GNU/Linux enquanto alternativa ao Windows hoje é esse: estar mais preocupado em implementar coisas que o Windows implementa do que implementar coisas novas que a Microsoft nem tenha avaliado ainda. Há muito o que fazer nessa área. Coisas como Personal Clustering ou Desktops Remotos, são coisas que em um futuro podem ser desejáveis para muitos usuários e que o GNU/Linux não poderia esperar o Windows trazer para também decidir implementar. A inovação deve estar sempre em prineiro lugar para que o Linux possa apresentar-se com um diferencial forte ao ser considerado alternativa ao Windows. E aí me dá uma saudade da Conectiva… ;-)

Tenho certeza que o Linux não decepcionará quem estiver disposto a perder um tempo pra aprender a dirigir. E para quem precisar de ajuda sempre haverá uma grande comunidade disposta a ajudar (eu inclusive). Vamos inovar! Vamos fazer o melhor sistema operacional do mundo, pra nós! Usuários não-preguiçosos de todo mundo, uni-vos!

Diálogo entre programas

Continuando a falar das facilidades do Linux, eu ia escrever um post para mostrar como é sensacional a conversa que os programas têm um com o outro no Linux e em outros sistemas baseados em Unix.

Quando eu estava começando, lembrei que o Elcio já escreveu um artigo muito interessante sobre isso há um mês. Então, não vou reinventar a roda. Leiam o artigo dele e vejam se é possível fazer algo parecido no Windows: Streamming e download ao mesmo tempo

Nas palavras do Elcio:

Colocamos para trabalhar juntos três programas diferentes, escritos por pessoas diferentes, e tudo funcionou. As coisas geralmente são assim no Linux, porque os programas Unix são feitos para que você possa usá-los juntos.

Como diz o Falcon, a gente não deve fazer ninguém usar Linux por ser parecido com Windows. O Linux é diferente do Windows e os usuários que vão migrar precisam saber disso e estar cientes de que vão ter que aprender um pouco. Mas é um marketing excelente mostrar as vantagens desse sistema operacional e deixar as pessoas livres para optarem.

Eu acredito na filosofia do Linux, mas, se ele fosse uma merda, eu continuaria usando Windows. Eu uso Linux, porque com ele eu trabalho muito mais rápido e faço uma série de coisas que eu não consigo fazer no Windows.

E quem usa Windows… Por que usa Windows?

Minhas previsões para 2007

Previsões para a blogosfera, a tecnologia e o mundo

  1. O Cardoso vai ganhar tanto dinheiro que ele vai começar a dividir com quem linka pra ele.
  2. Meu irmão também vai ficar rico (só ganhando de música, tocando violão).
  3. Continuarão havendo mais escândalos como o da Cicarelli e da Britney, os blogs novamente divulgarão tudo em primeira mão.
  4. O Google já descobriu que eu existo. No ano que vem, os bloggers descobrirão.
  5. 2007 será o ano do Linux no desktop! :-) 60% dos desktops do mundo rodarão sob software livre.
  6. A Microsoft vai parar de fabricar software, vai se tornar uma empresa de hardware apenas.
  7. Os discordianistas vão dominar o mundo depois que julgarem e condenarem Godot.
  8. Bin Laden vai reaparecer em algum vídeo vagabundo que será divulgado na Al Jazeera.
  9. Mais pessoas começarão a pensar, graças a este site brilhante sobre filosofia e a nossa sociedade hipócrita.
  10. O Vaticano será alvo de um ataque terrorista, o que colocará a Europa inteira em guerra contra os muçulmanos.
  11. A cura da AIDS será descoberta e será bem simples/barata.
  12. Com John Kerry, não vão mais haver guerras inúteis.
  13. A ONU poderá operar de forma imparcial, sem o poder supremo dos EUA em todas as decisões.
  14. O Brasil fará várias alianças com a Bolívia e a Venezuela. A Argentina também entrará no esquema. O Mercosul vai ser auto-suficiente e a nossa economia vai superar a economia européia.

Previsões que só dizem respeito a mim e meu ego

  1. Não trabalharei, mas estudarei bastante.
  2. Meus blogs começarão a render uns 100 dólares por mês e o Google me pagará mais de mil dólares no ano inteiro!
  3. Eu ganharei uma medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Informática, assim como a Carol, que vai viajar pra Campinas comigo.
  4. Em agosto, visitarei a Croácia representando o Brasil.
  5. Minha equipe (Carol, Kauê, Schneider, Red e eu) vencerá o DNA, com ajuda de um monte de gente, e viajará para um local bem legal com R$ 10.000.
  6. Eu ganharei uma medalha de ouro na Olimpíada Regional de Matemática.
  7. Eu e a Carol vamos completar um ano, o que não é muito importante já que completaremos vários outros depois.
  8. Eu passarei em primeiro lugar em engenharia da computação no vestibular da UNICAMP. Eu também passarei no ITA, mas vou optar por cursar a UNICAMP.

Leia também as previsões de outros blogueiros.

Windows é mais fácil?

Na minha opinião, a facilidade de uma ação depende da praticidade de execução da mesma (ou seja, do tempo que ela demora pra ser executada). Quando eu converso com algum leigo sobre Linux, depois de eu convencê-lo com vários argumentos que o Linux não só tem muito mais recursos como ainda tem uma filosofia muito mais bonita, ele sempre diz: “Mas Linux é muito difícil!”

Eu não acho que Linux seja difícil, eu acho que é diferente do que elas estão acostumadas. E as pessoas precisam ter mais disposição pra testar e aprender o novo! É claro que no início elas vão ter dificuldade, mas o Linux não é nenhum bicho de sete cabeças!

Porém, o foco desse pequeno post não é questionar a dificuldade por esse aspecto, mas questionar a praticidade de uso dos dois sistemas.

Vou propôr um problema básico: baixei 500 fotos de uma viagem (com uma qualidade foda, tipo 2048×1536) para o meu computador. Elas estão muito grandes e quero diminuí-las para publicá-las no meu site. As imagens para a web não precisam ser muito grandes e nem ter uma qualidade muito alta. Eu não quero que elas tenham aquele nome feio DSC_….JPG que elas têm e quero que os arquivos tenham nomes em minúsculas do tipo viagem-N.jpg. Isso não é nenhuma realidade distante, é algo que eu sempre preciso fazer…

No meu Linux (com Funções ZZ e ImageMagick), eu simplesmente escreveria:

$ zzarrumanome *
$ zznomefoto -p viagem- *.jpg
$ mkdir fotosnovas
$ for i in *.jpg; do
> convert -geometry 640 -quality 75 $i fotosnovas/$i
> done

Como fazer isso no Windows? Se alguém conhece uma maneira, me ensine nos comentários. Eu gostaria muito de saber pra ensinar aos meus amigos que sempre precisam disso! :-)

[update] E vejam o que o MeioBit acabou de postar… eu ainda acho a minha maneira muito mais fácil! [/update]

© 2005–2020 Tiago Madeira