A arte de ter razão

  • Autor: Arthur Schopenhauer, com organização e ensaio de Franco Volpi
  • Editora (no Brasil): Martins Fontes
  • Páginas: 116
  • Sinopse: Este pequeno tratado, verdadeira pérola oculta nos escritos póstumos de Schopenhauer, foi elaborado “como uma dissecação limpa” para conferir uma sistematização formal aos “artifícios desonestos recorrentes nas disputas”. Schopenhauer apresenta 38 estratagemas, lícitos e ilícitos, aos quais é possível recorrer para “obter” razão: para defendê-la quando ela estiver do nosso lado, e para conquistá-la quanto estiver do lado do adversário. Leitura atraente e muito útil: com frieza classificatória, Schopenhauer nos indica “os caminhos oblíquos e os truques de que se serve a natureza humana em geral para ocultar seus defeitos”.

A arte de ter razão

Estou na página 23 desse livro fascinante. Schopenhauer sistematiza os relacionamentos humanos de maneira incrível. É uma leitura um pouco difícil, na qual são apresentados conceitos para o que nós fazemos em nossas disputas, mas tudo é bem explicado e exemplificado e entendemos algumas coisas que nós inconscientemente fazemos e falamos. Como diz Schopenhauer: na discussão não visamos a verdade, mas apenas defender a nossa opinião para satisfazer a nossa vaidade.

A dialética erística é a arte de disputar, mais precisamente a arte de disputar de tal maneira que se fique com a razão, portanto, per fas et nefas [com meios lícitos e ilícitos].

[…]

Se [a maldade natural do gênero humano] não existisse, se fôssemos inteiramente honestos, em todo debate visaríamos trazer a verdade à luz, sem sequer nos preocuparmos se ela corresponde à opinião apresentada de início por nós ou à alheia: seria indiferente ou, pelo menos, totalmente secundário.

A culpa é de quem?

Bicicleta roubada. A culpa é de quem? Pense nas alternativas e responda nos comentários:

  • Do filho da puta que roubou a minha bicicleta.
  • Dos pais do cara que roubou a minha bicicleta que não souberam educá-lo ou não tinham condições de tê-lo.
  • Dos políticos que excluíram o cara que roubou minha bicicleta.
  • De toda a sociedade que excluiu o cara que roubou minha bicicleta.
  • Das drogas que fazem pessoas irem à loucura.
  • Da polícia que não está cuidando da segurança dos cidadãos.
  • Minha, que não deveria ter deixado a bicicleta naquele local. Aceite o mundo do jeito que ele é.
  • Minha, que deveria ter saído mais cedo da casa da Carol. O mundo é assim.
  • Minha, que nem deveria andar de bicicleta em Itajaí. É perigoso, não há o que fazer pra mudar isso.
  • Minha, que aliás não deveria nem sair de casa, porque o mundo é assim e pronto.
  • Do meu irmão, que comprou um cadeado vagabundo.
  • Roubar bicicleta não é errado. Posse e propriedade não deveriam existir.

Às vezes eu perco a esperança de transformar as pessoas, mudar as suas mentalidades. Às vezes eu acho que eu estou tentando fazer algo por gente que não merece. Mas aí minha cabeça volta ao lugar e acho que o problema não é do cara que roubou a minha bicicleta, mas de uma porção de erros de todos nós.

A mentalidade do cara que roubou a minha bicicleta é como a minha. A minha bicicleta vale dinheiro, eu preciso de dinheiro. Eu não posso deixar que roubem minha bicicleta pelo mesmo motivo que ele roubou a minha bicicleta.

Não é por isso que eu perdôo ele. A culpa também é dele. No meu mundo utópico as pessoas não precisam de leis, mas respeitam os outros. Roubar a minha bicicleta quando eu vou voltar pra casa às 20h é um desrespeito. Ele rouba sem se preocupar comigo. Eu não faria isso, então a mentalidade dele é podre.

A mentalidade das pessoas não é culpa delas, embora nós sempre achemos e falemos que é. É culpa de quem está perto e ensina as pessoas com exemplos e com a sua própria vida. Não sei a história desse cara, mas acho difícil a culpa ser somente dele.

A minha bicicleta foi roubada por uma série de erros, uma série de problemas sociais, uma série de ações de várias pessoas que contribuíram para o mundo se tornar o que é. Como nós vamos fazer pra mudar isso? Ou é melhor se acostumar com isso e se contentar com o mundo da maneira que é?

E afinal… o que importa de quem é a culpa?

Bicicleta roubada

31/01. 20h.

Um indivíduo tirou o cadeado da minha Caloi Terra 21v vermelha e azul. Saiu correndo pela rua Camboriú. No centro da cidade, na frente da casa da Carol. Bem na hora que eu estava saindo pra pegar a bicicleta. No começo laggei. Nessas situações eu sempre bóio alguns segundos até perceber o que está acontecendo. Eu vi de longe o cara correndo. Tentei correr atrás do cara. Sujeito negro, camiseta branca, calção preto e chinelo. Desisti.

Liguei pra polícia. Cinco minutos de perguntas e do policial com uma calma impressionante no telefone. Com uma determinação incrível, 10 minutos depois, o ladrão já poderia estar em Balneário e o policial afirma: “Vamos mandar uma viatura”. Ótimo.

Aí fui à delegacia e registrei o BO. A polícia não tá nem aí. Devem ter coisas mais importantes pra se preocupar. Itajaí deve ter uns 50 roubos de bicicleta por dia. A cidade é reta, todo mundo anda de bicicleta.

Anteontem, num ponto de ônibus, um desconhecido ficou contando por mais de 15 minutos como roubaram a bicicleta dele e como estava perigoso deixar a bicicleta em qualquer lugar de Itajaí. Acho que era um sinal. Eu devia ter levado o estranho mais a sério.

Papo de madrugada

12:13 AM me: nós vivemos e acreditamos em algo que quando eu paro pra pensar eu acho ridículo. às vezes acho que é melhor não pensar pra não ter vontade de se matar…

12:14 AM joão: falas de dinheiro?

12:15 AM me: não, falo de ligar pra carreira, pro trabalho. falo de necessitar ter uma função, viver a partir dela. claro que o dinheiro é conseqüência, mas…. sei lá…. é tudo

estudo, trabalho… fases bem definidas da vida. a gente tem que viver dentro da nossa idade, dentro do nosso sistema, do jeito q todo mundo faz.

12:16 AM joão: eu to pulando isso

e nao eh bom

12:17 AM me: eu queria pular tudo isso. viver sem essas “regras”. não queria trabalhar, nunca. não queria estudar tampouco. queria poder viver sem necessidades, eu não preciso ser uma pessoa bem sucedida na sociedade pra ser feliz.

12:17 AM joão: mas…

o deus dinheiro vem à tona

o deus sucesso acompanhando-i

12:17 AM me: é.. o dinheiro tá em tudo =/

12:18 AM joão: é aí que entram alguns interesses como viajar pra fora, tentar um lugar diferente

pq tipo…

vou estressar completamente, em algum ponto

se pelo menos eu tiver grana, posso tentar algo que nao precise

12:23 AM me: é.. isso é q é foda….

a gente precisa de dinheiro pra ser livre

mas aí continua preso

na verdade é impossível ser livre.

a não ser q vc queira viver uma vida de morto-vivo, dormindo na rua e comendo o q as pessoas jogam pra vc

e eu não sou tão cínico

12:24 AM joão: eh foda

queria ser musico e poeta hehehe

12:26 AM me: eu queria não precisar ser nada

O que você quer ser?

Trecho de uma conversa que acabou de acontecer no Google Talk. Não editei nada, por preguiça mesmo…

Flash 9 no Firefox a 64 bits

Para rodar o plug-in do Flash num Gentoo a 64 bits, baixe o plug-in para 32 bits na página da Adobe. Descompacte o .tar.gz e na pasta onde você descompactou, escreva:

# echo net-www/nspluginwrapper ~arch >> /etc/portage/package.keywords

… para desbloquear o “nspluginwrapper” do seu sistema, esse é o programa que vai transformar a lib de 32bits em uma lib de 64.

Então instale o nspluginwrapper:

# emerge nspluginwrapper

E agora é só instalar o plugin usando o nspluginwrapper:

# nspluginwrapper --install libflashplayer.so

Reinicie o Firefox e se divirta!

Se sua distribuição não for Gentoo, é só instalar o nspluginwrapper de outra maneira como installpkg, apt-get ou coisas do tipo. ;)

A dica foi do Renato e foi obtida no Gentoo Wiki, que é muito útil; realmente uma grande vantagem de quem usa Gentoo.

© 2005–2020 Tiago Madeira