Extinção humana voluntária

VHEMT (sigla em inglês — pronuncia-se “veemente”) é um movimento, não uma instituição. É um movimento apoiado por pessoas que se preocupam com a vida na Terra. Não somos um bando de misantropos e anti-sociáveis, ou malthusianos desajustados, que morbidamente se deliciam sempre que um desastre atinge humanos. Nada poderia estar mais longe da verdade. A extinção humana voluntária é a alternativa humanitária aos desastres humanos.

Não discorremos sobre como a raça humana mostrou ser um parasita ganancioso e amoral sobre a então saudável face deste planeta. Esse tipo de negativismo não oferece solução aos inexoráveis horrores causados pela ação humana.

Ao contrário, o Movimento apresenta uma alternativa animadora à fria exploração e à liquidação da ecologia terrrestre.

Como Voluntários veementes sabem, a prometedora alternativa à extinção de milhões de espécies de plantas e animais é a extinção voluntária de uma apenas: Homo sapiens… nós.

Cada vez que alguém decide não acresecentar outro de nós aos bilhões (que continuam a se multiplicar) já ocupando este planeta deformado, um raio de luz brilha pelas trevas.

Quando todo humano escolher parar de procriar, a biosfera terrestre poderá voltar a sua primeira glória, e todas as criaturas restantes serão livres para viver, morrer, evlouir (se é que crêem na evolução) e talvez deixarem de existir, como tantos outros “experimentos” da Mãe Natureza fizeram através dos tempos. A ecologia terrestre terá sua boa saúde restaurada… à “forma de vida” conhecida por muitos como Gaia.

Irá nos arrebatar a todos.

(extraído de VHEMT.org: O Movimento de Extinção Humana Voluntária)

A idéia do movimento é não ter filhos, porque, segundo eles, a espécie humana só contribuiu para destruir o planeta.

Por que essas pessoas querem extingüir os humanos ao invés de ter filhos e educá-los para criar pessoas melhores para o futuro do mundo? Será que o mundo não tem mais volta?

Vamos julgar Deus?

Os nazistas venceram a Segunda Guerra mesmo sem o saber. Eles, sem sombra de dúvidas, provaram que Deus está morto, ou sendo otimista, está fora dos negócios. Com o extermínio sistemático de 6 milhões de judeus – o povo escolhido por Deus em pessoa eles mostraram a quem quiser ver que o Imperador está nú.

Quando Samuel Beckett escreveu “Esperando Godot”, ele estava sendo um pouco sacana e eu digo porquê: “God” como devem saber significa em inglês nada mais nada menos que “Deus”, enquanto o sufixo “-ot” em francês quando acrescentado ao final de uma frase a torna um diminutivo. Este é o motivo pelo qual Carlitos, o principal personagem de Charles Chaplin é Carlot na França. Parto do presuposto de que todos já estão de saco cheio de esperar pelo deusinho. Não trata-se de esperar. Trata-se de processá-lo.

Na verdade, 90% das pessoas em todo o mundo são ateus filhos-da-puta. Desculpe pelas palavras fortes mas quem disse que a verdade não dói? Eles somente dizem “acreditar”, mas tudo não passa de palavras vazias. Eles tem medo de perder todo o benefício social que possuem ao “acreditar” e não precisam se preocupar em serem criativas ou interessantes para serem aceitas na comunidade. Também não deixa de ser uma libertação para todas as crianças que são obrigadas a terem educação religiosa sem nunca tiverem tido uma chance de escolher.

Cada faceta da vida moderna foi planejada e realizada sem que houvesse qualquer meio de suporte invisível. Medicina, corporações, política. Nada disso funciona como se algum Deus fosse necessário a equação. No entanto cada vez mais este conceito tem sido usado para fazer as coisas erradas como se fossem certas. É hora de parar. Vamos julgar Godot.

(Rev. Ibrahim Cesar em “Julgando Godot” no Cabala 1001 Gatos de Schrödinger)

Brilhante, em especial o parágrafo sobre os “ateus filhos-da-puta”. A sociedade cria um Deus para usá-lo a seu favor justificando suas falhas e tornando todos os erros “perdoáveis”. Pouca gente tem coragem de assumir que não acredita em Deus ou que duvida de sua existência. Eu não estou em nenhum dos dois lados, mas vivo pensando e a única conclusão que eu já consegui chegar é que eu acredito num mundo melhor, na divindade das pessoas e na minha existência.

Embora o discordianismo seja ao mesmo tempo uma piada disfarçada de religião e uma religião disfarçada de piada, faço minhas as palavras do Rev. Ibrahim Cesar (não me perguntem quem é esse cara). Eu cheguei a conclusão de que o fato de Deus existir (ou não) não é importante… Por que não podemos apenas viver?

Teoria da conspiração (ou: Hail Eris!)

Conheci o discordianismo semana retrasada, quando vi uma comunidade no orkut chamada 23 e perguntei ao Schneider do que se tratava. Para me responder, ele sugeriu que eu escrevesse ddate no meu Slackware… E não é que eu tinha mesmo esse aplicativo discordiano?

tiago@laptop:~$ ddate
Today is Sweetmorn, the 49th day of The Aftermath in the YOLD 3172

Depois daquele dia, em todo lugar que eu passo eu vejo uma referência discordiana escondida! Parece que temos muito discordianos entre nós e eles parecem estar tomando conta de tudo, para em breve tomar o poder. Será que eu fui o único a perceber a conspiração? Se era secreto, não duvido que este post suma em algum tempo, porque a Dreamhost também deve ter discordianos!

Mas vejam só… Hoje eu descobri que o Rafael e o Cardoso lêem o 1001 gatos! O Patrick (do Slackware) também deve estar envolvido (pô, o foco da distribuição é simplicidade e ele coloca um aplicativo discordiano nela?). Agora pessoas próximas também começam a se envolver. Acho que vou ler o Principia Discordia pra entrar nessa nova religião agora no início e não ser eliminado depois como o resto do mundo.

O sábio começa no fim…

… e o tolo termina no começo.

  1. O fim é o ponto ao qual desejo chegar.
  2. Se ainda não cheguei lá, não posso saber como o fim será.
  3. Como posso, portanto, começar do fim?

(Rubem Alves em “Filosofia da ciência: Introdução ao jogo e suas regras”)

Para resolver um problema, primeiro enxergamos o problema com clareza e depois descobrimos onde queremos chegar. Proponho, portanto, começarmos a pensar e a discutir nos comentários:

  • Qual é o problema do mundo?
  • Como nós queremos que o mundo seja?

Ainda não vamos resolver o problema e nem precisamos pensar se os nossos objetivos são possíveis ou utópicos, mas depois de enxergar a solução quem sabe encontremos um caminho para chegar lá…

A necessidade de ter dinheiro

Em todo o mundo, nesse período de dois anos, Antonio Mugica faturou US$ 500 milhões.

“Isso não é nada”, diz ele a Terra Magazine, na manhã desse domingo, num salão do Hotel Tamanaco, onde se hospeda. Camisa cinza sem gola, blazer e calça pretos, barba por fazer, Mugica, emenda:

– …não é nada porque só os dois criadores do Google valem, cada um deles, US$ 14 bilhões.

(Antonio Mugica, criador da urna eletrônica usada nas eleições presidenciais da Venezuela, em entrevista à Terra Magazine)

Ganhando US$ 250 milhões por ano, esse cara faz parte do grupo seleto do 0.001% mais rico da população mundial (calculado aqui). Isso não é nada porque só os dois criadores do Google valem, cada um deles, US$ 14 bilhões? Só pode ser algum tipo de piada bem sem graça que eu não consegui entender…

Ele não disse que não valia nada porque com essa grana ele não conseguia fazer alguma coisa, mas simplesmente porque tem gente que tem mais. Ele quer ser o mais rico independente de o que vai fazer com esse dinheiro! É triste parar pra refletir e chegar a conclusão de que é assim em todo o mundo: a ambição, o consumismo e a necessidade de ter dinheiro são problemas clássicos do mal vicioso, promovidos principalmente pelo capitalismo.

Ouvi numa aula de geografia que Cuba é um lixo, porque as pessoas não têm dinheiro pra nada lá. Mas, peraí… Elas têm saúde, elas têm educação e elas têm casa pra morar, tudo gratuito e oferecido pelo governo! O que mais elas querem? Pra quê elas precisam ser ricas?

Chegamos a um ponto em que o importante não é o que compramos com o dinheiro, mas apenas termos dinheiro! Isso é necessário? Cabe a cada um chegar a sua conclusão, mas ao menos pense sobre isso…

© 2005–2020 Tiago Madeira