Universidade de São Paulo de São Paulo

Eu gostaria de confirmar algo que percebia na USP. Após dois minutos de código…

for i in 1 2 3 4; do
    lynx -dump "http://www.fuvest.br/vest2009/chamada${i}/62389${i}09.stm" | grep '^[0-9]' | sed -e 's/ .*//' >> numb
done

numbers=`cat numb`
for i in $numbers; do
    lynx -dump "http://www.fuvest.br/scripts/chama.asp?valor=$i&x=0&y=0&anofuv=2009&cham=4&warn=undefined&last=S" > /tmp/rg
    nome=`cat /tmp/rg | grep 'Nome:' | sed -e 's/.*:[[:blank:]]*//g'`
    rg=`cat /tmp/rg | grep 'Identidade:' | sed -e 's/.*:[[:blank:]]*//g'`
    echo -e "$rgt$nome"
done

… a dura realidade:

Das 106 pessoas que foram convocadas para a matrícula no Bacharelado em Ciência da Computação do IME-USP, temos, por estado:

  • São Paulo: 100
  • Santa Catarina: 1 (eu)
  • Pernambuco: 1
  • Mato Grosso: 1
  • Bahia: 1
  • Minas Gerais: 1
  • Distrito Federal: 1

Mapa do Brasil (crédito: thejourney1972/flickr)

Estou ainda sendo bondoso ao assumir que as pessoas dos outros estados moravam realmente nos outros estados (a família já não havia se mudado para cá).

O que nos leva rapidamente a concluir o porquê de as redondezas da USP não terem tantos estudantes como deveriam (ou como o distrito de Barão Geraldo em Campinas ou as redondezas paradisíacas da UFSC em Floripa)

Além disso, são dados suficientes para eu entender por quê não havia nenhum bar frequentado por estudantes aqui perto passando São Paulo e Cruzeiro…

Enfim, os dados explicam muita coisa. Só não explicam por quê a FUVEST não faz provas nos outros estados… ou a USP gosta de só ter paulistas na graduação?

Objetivos

Listo aqui cinco objetivos (talvez utópicos, talvez eu desista deles na próxima semana) para os próximos 50, 60 anos.

0. Ganhar uma medalha numa final mundial de um ACM ICPC.

Não é simplesmente pela competição, que é muito divertida. É também porque isso precisa de uma quantidade de estudo de ciência da computação e prática na resolução de problemas que fará diferença pro resto da minha vida e me ajudará com os outros objetivos. Afinal, a vida não passa de uma série de problemas que precisam ser resolvidos da maneira mais eficiente possiǘel.

1. Obter um bom PhD numa boa instituição.

Novamente não é simplesmente pelo prestígio e porque isso é importante na Academia, mas porque o PhD significa muita pesquisa e muita pesquisa significa MUITO conhecimento. Conhecimento este que será necessário pros próximos itens…

2. Solucionar o problema da segurança em São Paulo.

As pessoas acham que isso é impossível. Porém, eu quero resolver esse problema com ciência da computação, não com conversa mole ou politicagem. A realidade é que resolver o problema da violência em São Paulo não passa de um problema de otimização (minimizar a diferença social, minimizar o uso de drogas, maximizar a quantidade de pessoas felizes, maximizar a quantidade de respeito entre as pessoas…). Vou abstrair o problema, determinar suas causas e resolver uma por uma, de modo a contribuir pra uma cidade tão importante pra tantas milhões de pessoas.

3. Desenvolver a cura do câncer.

Na minha opinião o câncer é o mais cruel dos problemas de saúde. Atinge muita gente, sem motivo. Vem de repente, tortura e mata. Por isso acho fundamental resolver esse problema, que pode inclusive me atingir um dia. Como farei isso? Se eu soubesse, já teria feito. Mas, basicamente, atacando-o da mesma maneira que todos os outros problemas.

4. Receber um Turing Award.

Creio que será natural depois dos itens 2 e 3.

O dia em que passei na USP

Agora faz quase um mês. Do nada me veio na cabeça e lembrei que preciso registrar. Era 11 de março, quarta-feira. Floripa estava extremamente ensolarada e andar na rua me fazia suar.

O dia corria normalmente. Acordei cedo e fui para a UFSC, porque estava dando aulas de preparação para a OBI para os calouros todos os dias. Estava com muito sono, porque na terça dois amigos tinham vindo à minha casa comer um bife e acabei indo dormir tarde. Não lembro ao certo o que ensinei para os calouros, mas ainda estava no básico de C. Se eu não me engano, foi vetores.

Às 10:00 eu tive aula de H-Cálculo III. As aulas de H-Cálculo são as que mais sinto falta aqui na USP. Era um curso extremamente rigoroso, a ponto de provar todas as propriedades de limites, derivadas e integrais a partir de teoria dos conjuntos e de treze axiomas dos reais. A aula do dia era sobre o Teorema de Bolzano-Weierstrass em Rn\mathbb{R}^n.

Seja SRnS \subset \mathbb{R}^n um conjunto limitado contendo uma quantidade infinita de pontos. Então existe pelo menos um ponto de Rn\mathbb{R}^n que é ponto de acumulação de SS.

A idéia da prova não é muito complexa, mas a prova em si, rigorosa como o professor gostava, é grande. Três horas e cinco páginas de caderno depois, a aula acabou depois da demonstração do Teorema da Interseção de Cantor.

O problema das aulas de quarta do PAM era que perdíamos o horário de almoço. Nesta quarta em especial eu comi um pão de queijo e segui para a sala em que passava o dia na UFSC, a INE513. A INE513 é uma sala que nós [maratonistas] ganhamos com três máquinas (que conjecturo que sejam as mais antigas do departamento). Era um lugar pequeno, mas tinha ar condicionado e era muito bom para passar o tempo e estudar.

No térreo do INE encontrei dois amigos que também estavam indo estudar para a Maratona. Eles falavam com um gringo e eu entrei na conversa. O espanhol estava procurando um freelancer na área de desenvolvimento web para pôr em prática uma grande idéia que ele teve. Ele pediu para usar um computador para me mostrar o que ele queria e levei-o para a INE513. Lá ele explicou durante mais de uma hora o que ele queria e ao fim ficou com meu e-mail para entrar em contato.

Assim que ele foi embora (era por volta das 15:00), resolvi dar uma olhada no site da Fuvest para ver se algum conhecido tinha sido aprovado na quarta chamada.

Não cogitava a hipótese de eu ter sido aprovado, porque minha classificação na carreira de “Engenharia Politécnica e Computação” foi 1322 (enquanto o último colocado da quarta chamada do ano passado tinha ficado com classificação 1181).

Meu desempenho na Fuvest

Porém, para minha surpresa, meu nome estava na lista. Minha primeira frase foi:

“Vinícius, passei no IME!”

Ele não acreditou. Ninguém acreditaria. Nem eu acreditava. Meus planos pro primeiro semestre já estavam feitos lá na UFSC e minha grade de horários só tinha aulas boas: H-Cálculo III, H-Álgebra Linear III e Álgebra I.

Liguei para os meus pais e para a minha namorada. Mandei e-mails para os meus irmãos e para meus tios paulistanos que me abrigaram durante várias provas de vestibular e transferência nos dois anos anteriores.

Parei pra ler o manual da Fuvest, em especial a parte de matrículas. Descobri que deveria estar em São Paulo na sexta-feira, 13. Ou seja, deveria sair correndo.

Eufórico, perdi mais algum tempo com o manual e saí andando pela UFSC em busca dos documentos necessários. Por um ato falho, cheguei até a porta da aula de Álgebra, mas não cheguei a entrar.

Conseguir a desmatrícula na UFSC foi difícil. Eu devia um real para a biblioteca e só podia pagar através de uma Transferência para a Conta Única do Tesouro Nacional, i.e., deveria enfrentar a fila do caixa do Banco do Brasil. Na quarta não consegui mais nada, mas fiquei até umas 21:00 na INE513 conversando com meus colegas da UFSC Time Limit Exceeded.

No dia seguinte acordei cedo novamente e, após mais uma aula para calouros e a desmatrícula na UFSC, almocei com meus amigos na Pizza Hut. Logo depois do almoço “de despedida”, num sol de rachar, saí de casa com tudo que consegui e peguei um ônibus para Itajaí, de onde no mesmo dia partiria para São Paulo e para uma nova vida.

São Paulo - Consolação (crédito: Jefferson Breves/flickr)

Suspeito

Cruzamento da Teodoro Sampaio com a Faria Lima. Uma garota está andando sozinha. Percebe que está sendo seguida. Ouve uma voz masculina. “Ei! Moça!” Finge que não é com ela. Acelera o passo. O indivíduo também.

“Ei, moça! Moça! Espere!”

Resignada, ela vira, mantendo distância. Olha para os lados para procurar segurança, por fim encara quem a chamou. Está com a barba mal feita, mas tem cara de estudante. Usa uma mochila.

“Você deixou cair um real.”

Ela respira aliviada e agradece. Tiago lhe entrega a moeda e segue para o ponto de ônibus. Não é a primeira vez que alguém lhe ignora. Pensa que o povo dessa cidade é muito desconfiado.

Passeio em São Paulo

Acabou o Curso de Programação da Olimpíada de Informática em Campinas e agora eu e o Bruno (meu irmão) viemos para São Paulo.

Chegamos em SP anteontem (domingo) com nosso primo Edu e ficaremos hospedados na casa da minha tia até o final de semana, quando voltaremos para Itajaí descansar um pouco na última semana de férias.

Avenida Paulista

Ontem fomos conhecer a Avenida Paulista. Fomos de metrô até a estação “Consolação” e passamos no Conjunto Nacional, Livraria Cultura, Livraria Fnac, entre outros locais. Nosso plano era visitar o MASP também, mas ele tava fechado (só abre de terça a domingo).

Programação de Hoje

Hoje, no SESC Pompéia, tem show de Charles da Flauta, Alessandro Penezzi e Danilo Brito às 19h00. Com certeza, vai ser bem legal. Aliás, falando em música instrumental, ontem compramos dois excelentes CDs na FNAC: Paulinho Nogueira interpretando as primeiras composições de Chico Buarque no violão solo e a Orquestra Pixinguinha com vários clássicos arranjados pelo próprio Pixinguinha.

Se der, devemos visitar o MASP hoje também, já que ontem tava fechado…

Aqui em São Paulo as coisas são bem caras. Um aluguel de uma fita lançamento na Blockbuster é R$8,60! Três pedacinhos de frango numa padaria aqui embaixo do prédio da minha tia custam R$10,50! Chocolate quente, R$4,40! Mas ontem a gente encontrou um cara que vendia Suflair por R$1,00 no meio da Paulista. :)

Mais programas…

Estamos aproveitando bastante o passeio… Além dessa programação, já estamos combinando visitar a Pinacoteca do Estado, Sala São Paulo, entre outros lugares e eventos (como shows de João Bosco e Duo Assad) durante nossa estadia aqui.

Volta

A passagem de volta tá marcada para o dia 25 às 10h00, mas estamos pensando em trocar para dia 24 pra viajar a noite.

Olimpíada Internacional

No sábado, fiz a segunda parte da prova da seletiva para a Olimpíada Internacional de Informática, que será realizada nesse ano na Polônia. Eu acho que resolvi os três problemas com uma complexidade pequena e devo ir muito bem. Por sorte, todos os problemas que caíram eu sabia fazer e quem sabe dá até pra visitar a Polônia esse ano :D Hehehe…

© 2005–2020 Tiago Madeira