Então é natal… Que frio!

Na teoria, natal é a data em que se comemora o nascimento de Jesus. Na prática, creio que o natal deveria ser chamado de Dia Internacional do Capitalismo.

Eu e a Carol pensamos em publicar uma série sobre o natal. Não sabemos se vamos conseguir dar conta de postar um artigo por dia ou a série vai se constituir de dois artigos, mas vamos tentar. :-) Esse é o primeiro post.

Viva o lado Coca-Cola do Natal – Que lado é esse?

Eu tenho a impressão de que as propagandas estão cada vez piores. Não só no natal, mas em geral. E o povo gosta, ou simplesmente não liga. “Beba Fanta e fique bamboocha!”… Quê isso? Existe um blog onde o assunto são justamente essas propagandas ridículas e mal feitas.

Qual o sentido do “lado Coca-cola do Natal”? Mas OK, não vou implicar com isso. O que eu quero que vocês me expliquem é por que está nevando no anúncio?

Que eu saiba, a gente está vivendo um calor infernal aqui no Brasil. Um velho gordo vestido com uma roupa peluda e pesada na neve, tomando Coca-cola? Onde está o bom senso?

A Coca-cola poderia (deveria) usar esse clima quente pra promover seu produto, não a neve! Nesse momento, eu estou com vontade de tomar uma Coca bem gelada. Esse calor é um motivo muito melhor pra tomar uma Coca do que o frio do anúncio. Alguém discorda de mim?

Tenho a impressão de que a gente copia umas coisas dos países do hemisfério norte (porque eles são desenvolvidos, nós não somos civilizados e nós queremos ser iguais a eles) que não combinam com a gente. E a gente nem pára pra pensar nisso…

Neve? Eu estou derretendo aqui sem camisa… Onde fica a sede dos Correios?

Vamos largar essa mentalidade e assumirmos que somos brasileiros? Concordo com o Rafael: nesta república, o Papai Noel deveria usar verde e amarelo, bermuda e camisa regata.

John Chow é O Cara!

John Chow é um blogueiro que está ganhando bem, talvez o suficiente pra viver de um blog. Ele conta em seu blog que ganhou US$ 355 em setembro, US$ 1362 em outubro e US$ 2140 em novembro. Mas John é um sujeito caridoso e ele escreveu que nunca foi sua intenção fazer dinheiro com o blog:

I have decided to donate the income from the blog to my church and other charities. John Chow dot Com is my personal blog and making a profit from it just seems strange to me. Please note, I am not downing anyone who makes money off his or her personal blog – I think that is great.

Então, ele doou US$ 2000 para instituições de caridade e igrejas, para ajudar as pessoas e promover o natal de centenas de pobres.

Assim como o Rafael, não sei o que dizer. Achei que não existissem pessoas assim no mundo. A minha hipocrisia não me permitiria fazer isso com o meu dinheiro.

A atitude de John Chow foi bonita, digna de um louco! :-) Se todos fossem iguais a ele, nosso mundo seria melhor. Ou não? Disse o Rafael na resposta de um comentário que eu coloquei no site dele:

Trabalhamos e temos uma recompensa que é o dinheiro com a qual conseguimos as coisas.

É uma lógica totalmente capitalista e é corretíssima dentro do nosso sistema. Mas será que é certa? Será que podemos/devemos ser diferentes de todo o resto da sociedade?

What would you do for a PS3?

O que você faria por um PlayStation 3? Espere! Não responda agora!

Tem gente que daria o próprio filho em troca do novo videogame da Sony – muita gente. Foi o que descobriu a rádio KDWB-FM de Minneapolis, Minnesota. Semana passada o apresentador Dave Ryan tentou fazer o que, a um jornal local, chamou de “experimento social”. O radialista prometeu um PS3 a pais que abrissem mão dos seus bebês por 24 horas.

“Recebemos mais ligações do que conseguíamos comportar”, conta. “Eles se enfileiraram, loucos para entregar seus filhos em troca de um c* de um PlayStation.” Segundo Ryan, pouco perceberam se tratar de uma brincadeira. Bebês de todas as idades – inclusive de dois dias a uma semana de vida – foram ofertados, ao vivo, no programa. Uma mulher chamada Katie estava tão desesperada por um PS3 que ofereceu o filho por três dias. Ela disse que queria vender o console do eBay para engordar a receita do fim de ano. O bebê tem um mês de idade.

Mas tem mais. Quando Ryan disse no ar que tudo não passava de brincadeira, Katie ligou de novo para a rádio. “Ela disse ‘Então quer dizer que não vou ganhar o PlayStation?’ Eu pensei que ela era bem burra, mas não queria que se sentisse mal. Disse ‘Olha, você não foi a única que caiu na brincadeira. Mas, ao mesmo tempo, pense que essas são as suas crianças, os bens mais preciosos que vocês terão na sua vida. Tenham cuidado’.”

Saiu no Omelete e no Cabala 1001 Gatos de Schrödinger. Um vídeo do programa pode ser acessado aqui.

É triste ver a que ponto o homem chega. Pais e mães estão querendo trocar seus bebês por um videogame! O capitalismo é um mal? O capitalismo tem limite? E o mais importante: o que é importante?

Vamos discutir? Este blog quer ser um espaço para debate de idéias, não quer apenas monólogos chatos de seus autores. Comentem!

Extinção humana voluntária

VHEMT (sigla em inglês — pronuncia-se “veemente”) é um movimento, não uma instituição. É um movimento apoiado por pessoas que se preocupam com a vida na Terra. Não somos um bando de misantropos e anti-sociáveis, ou malthusianos desajustados, que morbidamente se deliciam sempre que um desastre atinge humanos. Nada poderia estar mais longe da verdade. A extinção humana voluntária é a alternativa humanitária aos desastres humanos.

Não discorremos sobre como a raça humana mostrou ser um parasita ganancioso e amoral sobre a então saudável face deste planeta. Esse tipo de negativismo não oferece solução aos inexoráveis horrores causados pela ação humana.

Ao contrário, o Movimento apresenta uma alternativa animadora à fria exploração e à liquidação da ecologia terrrestre.

Como Voluntários veementes sabem, a prometedora alternativa à extinção de milhões de espécies de plantas e animais é a extinção voluntária de uma apenas: Homo sapiens… nós.

Cada vez que alguém decide não acresecentar outro de nós aos bilhões (que continuam a se multiplicar) já ocupando este planeta deformado, um raio de luz brilha pelas trevas.

Quando todo humano escolher parar de procriar, a biosfera terrestre poderá voltar a sua primeira glória, e todas as criaturas restantes serão livres para viver, morrer, evlouir (se é que crêem na evolução) e talvez deixarem de existir, como tantos outros “experimentos” da Mãe Natureza fizeram através dos tempos. A ecologia terrestre terá sua boa saúde restaurada… à “forma de vida” conhecida por muitos como Gaia.

Irá nos arrebatar a todos.

(extraído de VHEMT.org: O Movimento de Extinção Humana Voluntária)

A idéia do movimento é não ter filhos, porque, segundo eles, a espécie humana só contribuiu para destruir o planeta.

Por que essas pessoas querem extingüir os humanos ao invés de ter filhos e educá-los para criar pessoas melhores para o futuro do mundo? Será que o mundo não tem mais volta?

O sábio começa no fim…

… e o tolo termina no começo.

  1. O fim é o ponto ao qual desejo chegar.
  2. Se ainda não cheguei lá, não posso saber como o fim será.
  3. Como posso, portanto, começar do fim?

(Rubem Alves em “Filosofia da ciência: Introdução ao jogo e suas regras”)

Para resolver um problema, primeiro enxergamos o problema com clareza e depois descobrimos onde queremos chegar. Proponho, portanto, começarmos a pensar e a discutir nos comentários:

  • Qual é o problema do mundo?
  • Como nós queremos que o mundo seja?

Ainda não vamos resolver o problema e nem precisamos pensar se os nossos objetivos são possíveis ou utópicos, mas depois de enxergar a solução quem sabe encontremos um caminho para chegar lá…

© 2005–2020 Tiago Madeira